O teste da caminhada de seis minutos (TC6M) surgiu em meados da década de 70, onde foi inicialmente utilizado por McGavin com o objetivo de avaliar a capacidade funcional de pneumopatas, 1-3 sendo uma adaptação do teste de corrida de 12 minutos introduzido por Kenneth H. Cooper, que avalia a relação existente entre aptidão física e consumo máximo de oxigênio 4-9 .
Trabalhos na literatura referem à utilização do teste da caminhada como uma das principais formas de avaliar a capacidade de exercício em diversas situações clínicas, devido a ser considerado um exame simples, de fácil administração, baixo custo operacional, submáximo, dinâmico, bem tolerado pela maioria dos pacientes, limitado por tempo e que pode ser realizado a qualquer hora do dia 4,7,9 .
Avalia-se através do teste a máxima distância percorrida (DMP) durante um período de seis minutos, possibilitando o paciente a ditar a velocidade dos passos e interromper a caminhada no caso de sintomas limitantes, podendo refletir de forma mais adequada às atividades de vida diária do indivíduo, e consequentemente, avaliar sua capacidade funcional 6-8,10 .
Apesar do TC6M ser considerado um exame de fácil administração, ainda são escassos os relatos e discussões quanto à padronização da técnica e fatores que interferem na sua efetividade 5 .
O objetivo deste estudo é discutir através de uma pesquisa bibliográfica a utilização, padronização, indicações e contra-indicações, variáveis mensuráveis, interpretação e fatores que influenciam no TC6M.
Padronização do Procedimento
No momento da realização do teste, primeiramente, deve-se verificar que o paciente esteja com roupas e calçados confortáveis, para facilitar sua locomoção, e consequentemente, seu desempenho 6 . Posteriormente, posiciona-se o paciente em corredores 4,6,10,14 ou em pistas circulares 7 , orientando-os para que percorram a maior distância tolerável durante o período de seis minutos, sendo autorizados a interromper a caminhada no caso de fadiga extrema ou algum outro sintoma limitante, possibilitando ao paciente determinar o ritmo da caminhada 12,18,19 .
Preconiza-se a realização do exame com a motivação do paciente, utilizando-se de frases preconizadas de estímulo, as quais parecem aumentar mais de 30% a distância percorrida durante o teste. 5,9,13 As frases de incentivo são utilizadas de formas diferentes e específicas dependendo da pesquisa realizada. Segundo Lima et al., 19 o ideal é administrar frases de incentivo que busquem sempre melhorar e não manter o desempenho do paciente. Todavia, de acordo com Tannus et al., 14 alguns fazem uso de frases incentivadoras que buscam apenas manter o desempenho físico durante o exame.
Concordamos que a realização do teste de seis minutos seja realizada através do estímulo verbal, visto que promove uma melhora considerável do rendimento físico em pacientes portadores de enfermidades cardiopulmonares. Caso estes pacientes sintam algum desconforto durante a caminhada, é conveniente que a mesma seja interrompida até que o paciente se sinta apto a continuá-la.
Drumond Neto et al .,¹ enfatizam a utilização de dois testes prévios ao efetivamente considerado na avaliação, pois além de permitir com que o paciente se adapte ao exame, atenuaria as conseqüências do efeito do treinamento, melhorando consideravelmente os resultados verificados antes, durante e após o exame.
Indicações e Contra-indicações
O TC6M é cada vez mais popular. Entretanto, em pacientes que sabidamente possuem doença pulmonar ou cardiovascular, o ideal seria a realização da ergoespirometria prévia, devido aos poucos parâmetros de monitorização do paciente no teste de caminhada 4 .
A tabela I lista as indicações mais importantes para o TC6M, onde a principal delas é avaliar a capacidade funcional e o prognóstico clínico de pacientes com moderada à
severa doença pulmonar e/ou cardiovascular, incluindo Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) 5,6,11,12 .
As contra-indicações são numerosas, incluindo às de característica absolutas que incluem a presença de Angina instável, Hipertensão Arterial Sistêmica sem controle, Embolia pulmonar recente e Ataque cardíaco ocorrido no mês prévio da realização do exame, e as relativas, que relacionam-se à Hipoxemia ao repouso e em ar ambiente, pressão diastólica em repouso maior que 110mmHg e pressão sistólica em repouso maior que 200mmHg, Anemia severa, oximetria com medida instável, e taquicardia (Freqüência Cardíaca maior que 120bpm em repouso) 2,6 .
Fonte: interfisio.com.br